I Primeiro Festival Atópico da Cidadania Digital de 3 a 27 de novembro
No canal Youtube do Atopos
O terceiro milênio nos aparece como a época da hipercomplexidade. Isto é, como a época na qual a compreensão de cada elemento e de cada aspecto da nossa realidade torna-se possível somente através da conexão e das relações que este desenvolve com os demais.
É a época das redes de redes ou das hiper inteligências (J. Lovelock). Pegamos, por exemplo, as principais questões que marcam este começo de milênio: as inovações tecnológicas, as mudanças climáticas e a pandemia. Cada uma desta, além de ser estritamente uma ligada a outra, não pode ser compreendida e analisada através de uma abordagem disciplinar ou de um único campo de estudo.
As respostas que estas urgentes questões da nossa época nos cobram não tem a ver apenas com um específico âmbito do conhecimento e torna-se inviável abordá-las por meio de um único campo disciplinar. Elas pressupõem um novo tipo de abordagem. As mudanças climáticas, por exemplo, tem a ver, sem dúvida, com as ciências ambientais, com a área da climatologia, mas, também, com a economia, a administração e, também, com as qualidades dos materiais de produção e, portanto, com a química e, ao mesmo tempo, com a qualidade e a quantidade do consumo e, assim, com o imaginário social e os estilos de vida e, também, com a cultura e as ciências sociais. Mesma coisa, diga-se da pandemia, que, claramente, envolve a área da saúde e as pesquisas dos virologistas, mas que implica, também, como estamos experimentando, mudanças econômicas e produtivas, mudanças
de comportamento, novos valores e novas formas de relações. Da mesma maneira, os algoritmos e a complexidade neuronal das redes de informações não tem a ver apenas com tecnologia informática, mas envolve a nossa ideia de realidade e a nossa maneira de viver em cada seu aspecto. O fato que os desafios principais da nossa época e cada elemento que compõe o nosso aoristico real contemporâneo remete, para sua compreensão, a uma infinidade de âmbitos e de outros diversos elementos, o que significa que a nossa época não é mais uma época acadêmica. Significa que as inteligências do terceiro milênio e as formas de conhecimento necessárias à nossa época não são mais o resultado de um saber divido em disciplina e disciplinarmente organizado. O conhecimento, a academia e a cidadania do terceiro milênio não são mais feitas de muros que separam e identifica, mas de redes que conectam e transformam. O conhecimento do terceiro milênio é o resultado de um saber indisciplinado.
O primeiro Festival Internacional da Cidadania Digital é um experimento que repetiremos todos os anos, com o objetivo de buscar a construção deste saber indisciplinado.
Buscaremos pensar de forma hipercomplexa, falando da cidadania das galáxias, da cidadania biosférica, da cidadania quântica e da info-cidadania, Mas o faremos reunindo, além das mais diversas áreas do conhecimento: a astronomia, a física, as ciências biológicas e ambientais, a filosofia, as ciências sociais e da comunicação, os mais diversos setores da sociedade: as empresas, o terceiro setor, a academia, as comunidades indígenas, os artistas, os hackers, os programadores, as florestas, o clima, as coisas, os dados e todos os âmbitos que compõem este novo tipo de hipercomplexidade. O festival é uma rede de diversos formatos, uma rede de conteúdos e de atores. Um laboratório aberto, no qual a digitalização assume diversos significados, tornando-se o formato e o destino da nossa época.
https://doity.com.br/i-festival-de-cidania-digital?fbclid=IwAR1GAj1-YiEEnIA0gacu4Tx8YilCiQ6sJ9xe_ar3UKySuL29QQ_KxZq1B_8
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